Saiba quais as motivações que levaram o projeto BeeWoman a ser criado na agência Bee Creative e a sua importância para a sociedade e o universo corporativo.

A cada 2 semanas, as mulheres da Bee Creative se reúnem para trocar ideias e conhecimentos sobre temáticas específicas do universo feminino e corporativo, de forma a transformar o ambiente de trabalho em um lugar ainda mais acolhedor, aprendendo umas com as outras.

A mediação é feita pela parceira da agência, Pâmela Ponce, e conta com a liderança de Carol Erbolato, de gestão de pessoas, idealizadora do projeto. Juntas, promovem debates que ajudam a estimular a investigação, reflexão e avaliação.

Nesta entrevista, Carol esclarece quais foram suas motivações para a criação do grupo e divide suas perspectivas sobre a importância de um ambiente de trabalho diverso, que inclua a participação feminina em suas tomadas de decisões. Confira:


Qual o grande propósito do seu trabalho?

Eu estou na agência há quase 6 anos e, quando eu entrei, em 2015, éramos em 14 pessoas, sendo apenas 3 mulheres — nenhuma delas ocupando um alto cargo, como a liderança.

Os anos passaram, o número de colaboradores aumentou, mas a distribuição entre homens e mulheres ainda era muito diferente. A agência não era conservadora ou preconceituosa para a entrada de mulheres, mas não tínhamos elas se candidatando às vagas!

Além disso, em 10 anos de Bee Creative, só tivemos UMA mulher coordenadora — não houve mais nenhuma outra na equipe com o perfil para ocupar tal cargo e eu não sentia que aquelas poucas que trabalhavam na agência queriam alcançá-lo — e eu não entendia o porquê.

Enfim, todo esse cenário sempre me incomodou. Por isso, conversei com um dos sócios da agência sobre esse fato e ele deu a ideia de eu criar um grupo de mulheres, para que pudéssemos debater essas questões. No entanto, na época, essa ideia ainda não estava bem estruturada na minha cabeça e eu não conseguia ver o propósito disto naquele momento.

Apenas em 2020, quando batemos, pela primeira vez, a marca de colaboradores 50% homens e 50% mulheres na agência e, no final desse mesmo ano, o número de mulheres ultrapassou o de homens, comecei a conversar com as mulheres sobre essa marca conquistada e busquei entender com elas o que esperavam para o seu futuro profissional. Me surpreendi com a resposta de que algumas realmente não gostariam de chegar à liderança e outras não viam oportunidade de crescimento feminino dentro da agência.

Foi a partir daí que comecei a ver que fazia sentido, naquele momento, ter um grupo dedicado às mulheres. O BeeWoman nasceu, portanto, com o objetivo de encorajar e estimular as mulheres a serem líderes – seja dentro ou fora da agência -, a crescerem profissional e pessoalmente, e a não se acomodarem.

 

Quais resultados você obteve até agora e quais você almeja conquistar?

O primeiro resultado é o simples fato de termos criado o grupo e ganhado apoio de toda a agência para que isso acontecesse.

A segunda conquista foi ter conhecido mulheres incríveis, fortes e batalhadoras dentro e fora da agência, que nos ajudaram e continuam nos ajudando a manter esse grupo.

Nós almejamos que ele cresça ainda mais e não seja um espaço apenas para empoderamento feminino, mas, também, para trazermos mais diversidade para dentro da agência. Ademais, queremos ter mais mulheres na liderança. Por isso, estamos idealizando um plano com metas e objetivos claros para a agência seguir.

Uma conquista pessoal foi que, através dessas mulheres incríveis que conheci pelo caminho e do projeto BeeWoman, eu comecei a participar de outros grupos externos de empoderamento feminino. Com isso, tenho aprendido muito sobre o assunto e me capacitado, cada vez mais, para o meu cargo como coordenadora e à área de gestão de pessoas.

 

Quais ensinamentos você obteve durante o seu percurso?

O primeiro ensinamento foi o de que nem todas as mulheres possuem o mesmo desejo que eu tenho de conquistar altos cargos. Muitas querem, sim, trabalhar, ter um bom emprego, um bom salário e, na vida pessoal, focar no marido e nos filhos — ou seja, elas acreditam que chegando em um alto cargo, teriam menos tempo para se dedicar à família. Com isso, essas mulheres precisam de um outro tipo de conteúdo, como por exemplo, entender como conciliar carreira profissional e a vida de dona de casa. Nem todas as mulheres têm os mesmos objetivos e tudo bem!

O segundo aprendizado foi o de que acabei percebendo que, muitas vezes, eu usava algumas frases consideradas machistas, uma vez que elas estão enraizadas em nossa cultura. Com isso, inconscientemente, acabava descreditando o meu papel social como mulher. Com o grupo, pude refletir criticamente sobre isso e me corrigir.

O terceiro é que aprendi que precisamos ter muita paciência e estarmos abertas ao diálogo para debater com o próximo, seja ele homem ou mulher, o assunto, contribuindo para ambientes de trabalho — e uma sociedade — mais diversos, mas, ao mesmo tempo, igualitários.

 

Conheça mais sobre o projeto!

Em nossa página principal do site, você pode explorar mais os conteúdos do grupo e ficar por dentro do que acontece nas reuniões. Vamos juntAs!

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